Em
funcionamento há quase 71 anos, o Aeroclube de Porto Velho poderá ser
fechado, a partir do dia 2 de maio, devido a uma portaria expedida pela Agência
Nacional de Aviação Civil (Anac), que cancela a autorização de tráfego aéreo no
local. A área com 78 hectares está sendo pleiteada pela Prefeitura de Porto
Velho para a construção de um espaço multieventos, desde 2012. O local pertence
à União e está sob a jurisdição do Comando da Aeronáutica. Envolvidos no
impasse estão a União - que requer a posse do terreno na Justiça - e o
município, interessado na área para início da obra.
Para
Cássio José Prado, diretor do aeroclube, o fechamento da escola de formação de
pilotos acarretará em prejuízo para a aviação nacional. O diretor garante que
ex-alunos são aviadores em grandes companhias aéreas nacionais e internacionais.
“O aeroclube, de maneira geral e simples, não quer se opor ao desenvolvimento
de Porto Velho. Se fechar, muitos donos de avião não terão para onde ir. Os
alunos vão migrar para outras escolas”, afirma Prado.
É o
caso da advogada e paraquedista Iasmine Tossati, de 28 anos, que faz o curso de
piloto privado. Para ela, a construção de um espaço cultural é tão importante
quanto a permanência em atividade do aeroclube. "É preciso realocar o
aeroclube. Simplesmente fechar vai ser uma perda muito grande", diz
Iasmine.
A
entidade oferece continuamente cursos para formação de pilotos privado,
comercial e instrutor de aviação. Aguarda homologação pela Anac para iniciar
curso para comissários de voo, sendo a segunda escola na Região Norte a
oferecer esta formação. Além da parte profissionalizante, há o aerodesporto com
aeromodelismo e paraquedismo. “Nosso diferencial é a quantidade de voos que o
aluno pode fazer durante a formação”, ressalta Prado.
SITUAÇÃO
DA ÁREA
Segundo Antônio
Roberto dos Santos Ferreira, superintendente do Patrimônio da União
em Rondônia, existe um processo de litígio onde seis ocupantes da área,
entre eles o próprio aeroclube, requerem indenizações para desocupar o terreno.
“Para a União repassar a área para a prefeitura de Porto Velho, [a área] deverá
estar livre e desembaraçada de qualquer ônus”, diz Ferreira.
Para
o superintendente, o grande desafio é operacionalizar um novo espaço para o
aeroclube funcionar, uma vez que o mesmo deverá contar com pista de pouso e
decolagem. “O aeroclube requer um local onde a pista tenha cerca de 1,5 mil
metros”, diz o superintendente. A atual pista do aeroclube possui 1,3 mil
metros.
Como
as negociações estão acontecendo desde 2012, houve, segundo o diretor do aeroclube,
interesse tanto da prefeitura quanto do Estado em realocar a entidade.
“Estrategicamente e logisticamente [o aeroclube] é importante. Nós estamos
aguardando a sensibilidade das autoridades para que consigam reverter a
situação ou protelá-la”, diz Prado.
Em
nota, a Prefeitura de Porto Velho afirma que a "pendência" tem que
ser resolvida o mais rápido possível, porque o aeroclube tem até maio para ser
desativado. Esse prazo foi fixado porque os governos municipal e estadual
fizeram um acordo no ano passado dando garantias de que o Aeroclube de Porto
Velho seria remanejado para outro local já estruturado. O acordo não foi
cumprido e o prejuízo ficará com o aeroclube, que não poderá utilizar a área
antiga e ficará sem local para as aulas de formação de pilotos.
O G1 entrou
em contato com representantes da Anac, mas não obteve resposta.
Fonte:
G1/RO / Rota da Aviação No Brasil
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