Após
ver sua dívida saltar em menos de um ano, a Gol Linhas Aéreas conta com os
recursos da oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) de sua
empresa de fidelidade, a Smiles, para reduzir sua alavancagem até o fim do ano.
A
empresa encerrou o primeiro trimestre com dívida líquida de 3,7 bilhões de
reais e uma relação de dívida líquida em 17,8 vezes o Ebitdar (sigla em inglês
para lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização e aluguel de
aeronaves).
Mas
a expectativa de entrada de recursos decorrentes do IPO da Smiles levam a
empresa aérea a acreditar que encerrará o ano com uma relação de dívida líquida
de 6 vezes o Ebitdar.
"Nossa
alavancagem cairá a um número próximo de 6 vezes ao final do ano, que é de fato
muito diferente dos 25 vezes do final de 2012", disse o diretor de
finanças e relações com investidores da Gol, Edmar Lopes, em teleconferência
com analistas.
"Assistiremos
a uma redução a cada trimestre da alavancagem da companhia. A empresa está num
nível elevado, mas sempre esteve nos nossos planos a redução em 2013".
Em
abril, a Smiles, administradora de programas de fidelidade da Gol, movimentou
1,132 bilhão de reais em sua oferta pública inicial de ações, com a venda de
52,173 milhões de papéis, sendo que os recursos serão destinados ao pagamento
adiantado de passagens da Gol compradas pela empresa de fidelidade.
Lopes
afirmou que a entrada dos recursos dessa oferta no caixa da Gol devem levar a
uma "dívida líquida zero" no segundo trimestre.
"Com
os novos efeitos que impactam nosso caixa positivamente, como vendas
antecipadas de milhas, da compra pela Smiles, a Gol alcançará um indicador
importante de solidez do mercado, que é dívida líquida zero. Teremos em caixa o
equivalente a nossa dívida financeira", disse ele, em teleconferência com
jornalistas, acrescentando que a Gol não possui dívida com vencimento antes de
2015.
A
Gol viu sua dívida crescer em meio ao aumento nos preços de combustíveis e em
meio a compra da WebJet, cuja aquisição foi concluída no fim de 2011 com o
pagamento de 70 milhões de reais e com a empresa assumindo dívidas de cerca de
200 milhões de reais.
COMBUSTÍVEL
E NOVOS VOOS
Em
meio a pressão das empresas aéreas por redução no ICMS sobre combustível de
aviação sobre governos estaduais, o Distrito Federal anunciou a redução da
alíquota de 25 para 12 por cento, mas segundo o presidente da Gol, Paulo Kakinoff,
o impacto na empresa será de 8 milhões a 9 milhões de reais.
"A
redução do ICMS em Brasília entra em vigor no final de junho. No caso da Gol,
projetamos para o segundo semestre, entre 8 milhões e 9 milhões de reais
advindos dessa medida", disse a jornalistas.
Segundo
o diretor financeiro da empresa, Brasília representa 7 por cento da malha aérea
da empresa, e acrescentou que pode reavaliar a quantidade de voos da Gol com
origem e destino à capital brasileira após a mudança.
Em
voos internacionais Kakinoff afirmou que a empresa deve lançar no segundo
semestre novos voos para a América Central e América do Norte, após ter
iniciado, no fim de 2012, voos para Miami e Orlando, nos Estados Unidos, e
Santo Domingo, na República Dominicana.
"Temos
a expectativa de ampliar os destinos no segundo semestre para a América Central
e do Norte, mas no momento por questões estratégicas a gente não pode
especificar quais seriam esses mercados".
METAS
Apesar
das perspectivas positivas para o endividamento, a empresa encerrou o primeiro
trimestre de 2013 com prejuízo de 75,3 milhões de reais 81,8 por cento acima do
registrado no mesmo período de 2012.
A
empresa evitou dar estimativas sobre quando voltará a dar lucros, mas manteve
suas projeções para 2013, de crescimento igual ou acima de 10 por cento na
receita por assento-quilômetro oferecido (RASK) e margem operacional entre 1 e
3 por cento. Porém, Lopes ressaltou que as perspectivas com a economia
brasileira representam um risco.
"A
curva de petróleo está mais baixa que 60 dias atrás e isso favorece companhias
aéreas. Por outro lado, o PIB, se há 45 dias alguns ainda falavam em
crescimento de 3 por cento, hoje ninguém fala disso, e esse é o nosso maior
fator de risco para as metas".
Fonte:
G1
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