domingo, 10 de novembro de 2013

As Primeiras Imagens do Exercicio CRUZEX 2013 em Natal




Cruzex é um exercício internacional que simula um conflito armado entre Estados fronteiriços, que devido ao direito internacional, se fez necessário a intervenção de uma força de paz para o cessar-fogo, o processo de peace enforcement. De uma lado estariam as Forças de Vermelho (inimigo, FAB) e de outro as Forças de Azul (coalização, FAB e as Forças Convidadas). A ideia da Cruzex surgiu após a participação, como observador, em 2000, do exercício Odax, em França. Mas o contexto que culminou com a criação da Cruzex remota as areias do deserto do Golfo Pérsico, pelo idos de 1991.


A crise internacional gerada pela invasão do Kuwait pelo Iraque, levou o Conselho de Segurança da ONU(quem verdadeiramente manda em alguma coisa por lá) a autorizar uma Força Multinacional de Imposição da Paz. Em uma operação bem orquestrada entre as Forças Armadas do países da Coalização a invasão foi repelida e a ordem restabelecida, destacou-se porém a forma com que o Poder Aéreo foi empregado, seguindo a Doutrina da OTAN; ataques de precisão coordenados destruíram o C² Iraquiano, pacotes aéreos saturaram as defesas aéreas e antiaéreas iraquianas, a superioridade aérea alcançada maximizou a superioridade das Forças Terrestres e do Poder Naval,o uso das novas tecnologias permitiram a crianção de um novo conceito o NCW ;e tudo isso a olhos vistos da população, a partir da mídia enviada ao TO, que, em tempo quase real, viam onde, quando e como as ações ocorriam. Mas não acaba por aí.

O conflito étnico e político da região dos Bálcãs, originário da desintegração do Bloco Socialista (pra mim a URSS e seus aliados, não alcançaram o patamar do Comunismo ficando no estágio socialista) do Leste Europeu, foi/é outro marco que levou a criação do Exercício, mas com efeitos diferentes daqueles produzidos pela Desert Shield/Desert Storm. Na Desert Shield/Desert Storm os objetivos políticos e militares eram bem definidos e os apoios internacional e internos eram fortes, já na campanha dos Bálcãs o cenário era bem diferente, a batuta ficou sob a responsabilidade da OTAN (91, da ONU), com sua Doutrina novamente, visto a divisão entre os atores internacionais sobre a intervenção ou não-intervenção no conflito (a Rússia via aquela região sob sua zona de influência e mostrava-se relutante na interferência da mesma; alguns líderes europeus viam-se incomodados por tamanha agressão aos direitos humanos ocorrerem no “mesmo quarteirão”, mas ao mesmo tempo não podiam arcar com o custo político-financeiro da operação) gerando objetivos políticos difusos e pouco consoantes com os objetivos militares (as regras de engajamento eram tão complexas que praticamente impediam o uso da força). Ainda que possuindo diversas restrições atmosféricas, de regras de engajamento e quanto ao terreno, o Poder Aéreo foi um das formas mais efetivas de impedir/retaliar as ações genocidas do conflito.


Ambos os conflitos serviram para ilustrar e como prova de campo do novo cenário/nova ordem mundial que se desenvolveu após a Guerra Fria. Um mundo multipolar, regionalmente dividido (UE, Mercosul, NAFTA, Tigres Asiáticos,etc.), com uma superpotência hegemônica (EUA) e com a eclosão de diversos conflitos regionais de baixa e média intensidade (Sudão, Oriente Médio, Iraque, Bálcãs, entre outros.) Nesse cenário surgiram algumas perguntas: “Estaria o Brasil(FAB) preparado para esse novo cenário mundial?Qual seria o resultado se o Brasil (FAB) se envolve-se num conflito desses?Haveria alguma forma do Brasil(FAB) se preparar para um evento desses?” Para responder a essas e outras questões surgiu a Cruzex.

Até a presente data foram realizadas 6 operações Cruzex, em 3 regiões brasileiras e com 13 países participantes e outros países como observadores. A primeira edição foi realizada em Canoas (2002), nessa edição ficou marcante o gap brasileiro diante de modernos equipamentos e táticas de combate (leia-se combate BVR e C²) e as dificuldades com a meteorologia e tráfego aéreo roubaram um pouco o brilho, mas nessa época a FAB era uma Força em franca modernização e os ensinamentos colhidos foram prontamente passados aos programas de aquisição e modernização de meios. Na segunda edição, Natal (2004) a FAB já havia amadurecido no ambiente de planejamento e algumas táticas para se contrapor a equipamentos mais modernos já haviam sido estudadas e disseminadas entre os esquadrões, gerando resultados melhores, nessa edição da Cruzex ainda se possuía um perfil mais tático que o atual de C² e Flight. Na terceira edição,em Anápolis (2006) a FAB era uma instituição completamente diferente (meios, treinamento e pessoal), nessa edição a Força Vermelha(FAB) infligiu alguns consideráveis danos as Forças de Azul(Coalizão) conseguindo alguns abates simulados importantes, mas, pelo carácter de C² que já se delineava, as Forças de Coalização “venceram” a simulação. Outra importante característica que ficou mais presente foi a importância que a FAB passou a dar a Comunicação Social, nas outras edições a FAB permitiu e até convidou alguns jornalistas especializados a cobrirem o evento, mas na edição de 2006 em diante, a postura mudou significativamente para melhor.
















Fonte/Fotos: Radar Aéreo

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