O
governo quer transformar o Galeão em um dos principais aeroportos do país,
ampliando a capacidade de 15 milhões para 70 milhões de passageiros por ano.
Para atender a esse público, será preciso ampliar substancialmente a
infraestrutura, e o terminal poderá ser o primeiro do país a operar com três
pistas de pouso e decolagem. Esta é uma das novidades previstas em estudos que
vão servir de base ao edital de licitação. O leilão está previsto para setembro
e a expectativa é que a concessão tenha prazo de 30 anos.
Segundo
o ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Moreira Franco, que assumiu o
cargo este mês, o governo está determinado a entregar o aeroporto a um grande
operador estrangeiro, que possa reproduzir no Galeão sistemas sofisticados de
tecnologia, ainda que nas operações mais simples, e que tenha experiência,
produtividade e qualidade no serviço prestado. Na visão dele, há uma avaliação
unânime de que o serviço no Galeão é ruim.
Há
uma unanimidade: o aeroporto precisa mudar para garantir qualidade e segurança
ao usuário. O usuário paga e não tem qualidade nem segurança — destacou Moreira
Franco.
Pouca
mudança antes da Copa
Segundo
Moreira Franco, a ampliação da infraestrutura será feita em etapas, pois não
haverá tempo suficiente para que o novo concessionário faça intervenções
significativas antes da Copa de 2014 e mesmo para as Olimpíadas, em 2016. A
Infraero, que terá 49% da concessão, está orientada a tocar as obras de reforma
do terminal 1 de passageiros e a concluir o terminal 2, além de executar as
obras de revitalização no sistema de pátio e pista. Assim que esses
investimentos forem concluídos, o que está previsto para 2014, a capacidade do
aeroporto vai subir para 43 milhões de passageiros. Mas a estimativa da estatal
é que nessa data a demanda do terminal já seja de 20,3 milhões.
O
esforço que o governo faz nesse momento é buscar um dos melhores operadores do
mundo e um plano que faça do aeroporto uma referência importante para a
economia brasileira. O Rio de Janeiro é uma porta de entrada e o aeroporto é o
primeiro impacto que o turista tem. Você precisa garantir ao usuário do sistema
qualidade e preço. Tem que ter segurança, agilidade, rapidez em atendimento, na
circulação, no acesso à bagagem — destacou o ministro.
Moreira
Franco disse ainda que, embora os estudos ainda não tenham sido concluídos, o
que deve ocorrer em abril, todos os grandes operadores estrangeiros estão se
movimentando, de olho no Galeão. Ele destacou que, nesta segunda rodada de
privatizações dos terminais, os operadores terão que ter participação mínima de
25% nos consórcios. Na primeira fase, a exigência era de 10%.
Isso
é muito importante, porque a parte do corpo que mais dói é o bolso — disse.
Ele
também defende que os fundos de pensão sejam autorizados a participar da
disputa, mas com uma modelagem diferente do consórcio vencedor de Guarulhos, em
que a Invepar (formada pelos maiores fundos de pensão das estatais) se associou
à africana ACSA. O objetivo é permitir a entrada desses investidores, mas sem
prejudicar a concorrência. Os fundos poderiam entrar de forma neutra, se
juntando ao vencedor, por exemplo, sugere. Outra sugestão é atrair as empresas
de seguro.
Temos
que discutir essa questão. O mercado tem mecanismos sofisticados para montar
modelagens de investimento. Os investimentos em infraestrutura são adequados
aos fundos de pensão, pela solidez, pelo prazo de maturação, baixo risco e
retorno garantido — disse o ministro, que fez uma ressalva: — A Invepar ganhou
como empresa e você não pode entregar aeroportos que competem entre si a essa
empresa, porque você inibe a competição e provoca deformação na qualidade do
serviço prestado.
Segundo
o ministro, não é possível pensar no futuro do Santos Dumont sem resolver os
problemas da cabeça do sistema, que é o Galeão. Ele lembrou que, há até pouco
tempo, só operavam no Santos Dumont os voos da ponte aérea e todos os demais
destinos foram transferidos para o Galeão. Mas o aeroporto não suportou a
pressão e teve que devolver os voos para o Santos Dumont, disse o ministro.
O
governo estima que Galeão e Confins vão demandar investimentos iniciais de R$
11,4 bilhões, sendo R$ 6,6 bilhões no Galeão e R$ 4,8 bilhões em Confins.
Fonte:
Extra
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