Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) com 143 passageiros a bordo sofreu um acidente ao decolar na tarde do ultimo domingo (26/05) no Aeroporto Internacional Toussaint Ouverture, em Porto Príncipe, capital do Haiti. Todos os ocupantes integram a Minustah (Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti), que é comandada militarmente pelo Brasil. Apesar do susto, não houve feridos.
O acidente aconteceu com o Boeing 707 de matrícula KC-137 2404, apelidado pelos próprios militares de “sucatão” devido à idade avançada da aeronave, que tem quase 40 anos de uso. Por muitos anos, o avião serviu à Presidência da República na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, e depois foi aposentado pelo Planalto.
Os KC-137 são jatos dotados de quatro turbinas fabricados na década de 1960 e faziam parte da frota da Varig até serem incorporados à FAB em 1986, tendo sido empregados após modificações realizadas nos EUA. Contudo o uso deste modelo de aeronave está sendo banida em vários países ao redor do mundo, por causa do intenso ruído, pela poluição e por motivos de segurança.
O Boeing levava de volta ao Brasil 131 militares do Brabatt-2 (2º Batalhão de Infantaria de Forças de Paz), que haviam encerrado a sua missão no Haiti. Os demais ocupantes da aeronave eram da tripulação que pertencem á própria FAB. Na semana passada, o mesmo avião havia chegado ao País caribenho com outro contingente de militares que integram a força de paz — inclusive com um pelotão da 23° Companhia de Engenharia de Combate de Ipameri, da região sudeste de Goiás, a 200 quilômetros de Goiânia.
Por volta de 14h30, o avião decolava com destino a Manaus (AM) quando, a alguns metros do solo, uma das turbinas explodiu. O piloto conseguiu desligar os motores e cortou o combustível para evitar um acidente maior. No entanto, ao voltar à pista, o trem de pouso do avião quebrou e por isso ele se arrastou “de barriga” pela pista principal.
Em nota, a FAB declarou que já iniciou as investigações para apurar os fatores contribuintes para a ocorrência. A FAB encerrou recentemente uma licitação de substituição dos KC-137. O certame, denominada KCX-2, foi vencida pela empresa Israel Aerospace Industries - IAI, que converterá aeronaves comerciais Boeing 767-300ER em plataformas capazes de realizar reabastecimento em voo, transporte estratégico de carga e tropa e evacuação aeromédica, de acordo com os requisitos formulados pela FAB.
Missão no Haiti
A Minustah chegou ao Haiti em junho de 2004, meses após um golpe que derrubou o ex-presidente Jean Bertrand Aristide. Desde o início, a parte militar da missão é comandada pelo Brasil, país que também detém o maior contingente –que está sendo reduzido e ficará com 1,2 mil militares a partir do próximo mês, quando o Brabatt 2 será fechado e haverá apenas um batalhão.
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