A Azul pretende entrar em 11
novas cidades em 2013, ampliando a malha para 111 destinos. "São todas
cidades com mais de 250 mil pessoas, no Norte e no Sul do país", disse o
presidente da empresa, David Neeleman.
Ele revela apenas o nome de
uma: Passo Fundo (RS).
Uma das razões para não
divulgar os outros nomes é evitar o assédio de prefeitos.
"Tivemos um problema em
Cascavel [PR]. Cancelamos voos por uns dias para ajustar a operação depois de
um incidente, e a pressão para retomar o voo foi enorme."
Assim como em Cascavel, o
grupo Azul/Trip opera sozinho em outras 42 cidades, de um total de 100
destinos. A TAM voa para 42 cidades, e a Gol, para 48.
A ampliação de voos da Azul
acontece ao mesmo tempo em que TAM e Gol enxugam a oferta de assentos para estancar
prejuízos.
Mas ela também prevê
encerrar o ano com perdas, devido à combinação de baixo crescimento da
economia, real valorizado, alta do combustível e aumento de tarifas
aeroportuárias.
Neeleman diz que o impacto
para a Azul dos aumentos praticados pelo governo para o setor é de R$ 160
milhões. Metade é relativo às tarifas de tráfego aéreo, e a outra metade, à
nova taxa de conexão.
Para o ano que vem, novos
aumentos previstos pela Aeronáutica custarão mais R$ 150 milhões à companhia.
"Vamos economizar R$ 50
milhões com a medida de desoneração da folha de pagamento, mas os custos
aumentarão em R$ 310 milhões."
Neeleman diz que a
associação com a Trip ajudará a melhorar a situação financeira da empresa.
"Teremos uma economia de custos de R$ 150 milhões ao ano a partir do
primeiro trimestre de 2013", diz.
"Do lado da receita,
esperamos aumento de R$ 150 milhões a R$ 300 milhões/ano."
Com aviões de menor porte do
que os de Gol e TAM, Azul e Trip detêm 14% do mercado, mas operam 30% dos
pousos e decolagens realizados no país.
"Há uma forte pressão
para que a gente voe para mais locais, mas é preciso melhorar a
infraestrutura."
As duas empresas, que se
associaram em maio, passarão a operar em regime de voos compartilhados a partir
de 2 de dezembro, quando a marca Trip deixará de existir.
Hoje já é possível comprar
passagens da Trip pelo site da Azul, mas, a partir de dezembro, quem entrar no
site da Trip será automaticamente direcionado para o da Azul.
Neeleman diz que gostaria de
operar em Congonhas, dominado pela Gol e pela TAM, mas não vê perspectivas de
ampliação da capacidade.
"Eu gostaria, mas, se
não tem jeito, vamos crescer nas cidades onde não têm serviço hoje. Prefiro ter
90% de Viracopos [Campinas] a ter só 5% de Congonhas."
Por conta da associação com
a Trip, que tem presença tímida em Congonhas, a Azul vai estrear na ponte aérea
no mês que vem, com quatro voos por dia.
Fonte : FOLHA DE S.PAULO
0 comentários:
Postar um comentário