A aérea
Webjet já tem data para terminar. Segundo uma fonte que teve acesso ao
calendário de extinção da companhia, seu último voo está programado para julho
de 2013. O cronograma, porém, está condicionado à aprovação pelo Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (Cade) da operação de compra da Webjet pela
Gol. A aquisição seria julgada semana passada, mas foi retirada da pauta do
órgão em cima da hora. A expectativa é que o julgamento ocorra na próxima
quarta-feira.
Com o fim
da empresa, o Rio perderá a única aérea que voa no mercado doméstico com base
operacional na cidade. TAM, Gol, Avianca, Azul e Trip — as duas últimas, em
processo de fusão — mantêm suas bases no estado de São Paulo. A base da Webjet
fica no Galeão.
A
programação para o último voo da Webjet está relacionada ao prazo para
renovação da frota da empresa. Desde o fim de 2011, ela está gradualmente
substituindo seus Boeings 737-300, de 148 lugares e com média de 20 anos de
idade, por modelos maiores e novos, os 737-800, que comportam 184 passageiros.
A ideia, se aprovada pelo Cade, é que a Gol absorva a frota renovada em suas
operações e acabe com a marca Webjet. A companhia tem uma frota de 27 aeronaves
e atende 17 destinos no Brasil.
Segundo a
Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), as duas empresas também precisam do
aval da agência para a união de suas operações, o que ainda não foi pedido. A
Anac só autorizou até agora a integração administrativa das duas companhias.
Quanto aos
funcionários, a intenção é que sejam incorporados à folha de pagamento da Gol,
mas ainda não está certo se haverá demissões. Alguns, especialmente os que
desempenham funções administrativas, se adiantaram ao processo e já estão
esvaziando as gavetas. Segundo uma fonte do setor, a Webjet estaria enfrentando
dificuldades para substituí-los.
Operação hoje é independente
Enquanto
aguardam o julgamento do Cade, Gol e Webjet estão operando de maneira
independente, conforme estabelecido no Acordo de Preservação de Reversibilidade
de Operação (Apro), celebrado entre as partes em outubro do ano passado. A
medida visa a garantir que a compra possa ser revertida se o negócio for
reprovado pelo Cade. As duas empresas, no entanto, podem compartilhar voos,
desde que não implique redução da capacidade de oferta da Webjet. A preocupação
do órgão é com rotas como Guarulhos-Porto Alegre, em que juntas as aéreas têm
mais de 40% do transporte de passageiros.
A Webjet
foi criada em 2005. Dois anos depois passou ao comando do empresário Guilherme
Paulus, ex-dono da agência de viagens CVC. Em julho de 2011, a Gol anunciou sua
compra por R$ 310,7 milhões, sendo R$ 215 milhões de dívidas que seriam
absorvidas pela empresa e R$ 96 milhões em dinheiro. Em março
deste ano, quando foi anunciada a conclusão da compra, o valor final da
aquisição havia caído a R$ 43,4 milhões, fora dívidas. Procuradas, nem Gol nem
Webjet se manifestaram.
FONTE : O GLOBO
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