Ao invés do estrondo da turbina do AT-26 Xavante rasgando o céu de São José dos Campos a baixa altitude, a discrição do motor turboélice do A-29 Super Tucano. Após a aposentadoria em 2013 do primeiro caça fabricado pela Embraer, o Super Tucano foi escolhido para ser o substituto em parte das missões de formação dos pilotos e engenheiros de prova do IPEV (Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo).
Elite
da Força Aérea Brasileira, estes profissionais passam por um curso intensivo de
um ano de duração. O funil é estreito e poucos podem ostentar os codinomes de
“prova” (piloto) ou “coringa” (engenheiro). Desde 1987, foram formados 104
“provas” e 76 “coringas”. Os cursos são realizados a cada dois anos no Ipev,
localizado no DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial) em São
José.
Turma.
Uma nova turma, composta por três pilotos e dois engenheiros, começou a ser
formada este ano. Ao longo dos próximos meses, os pilotos serão submetidos a
uma maratona que inclui voos em 15 tipos diferentes de aeronaves. Aos
engenheiros, cabe estudos dos sistemas destes equipamentos. Além das aeronaves
de asa fixa, helicópteros também fazem parte da rotina de treinamentos. Para
isto, o Ipev utiliza um Black Hawk.
Investimento.
A exclusividade na formação destes profissionais se revela nos custos
envolvidos. Para se ter uma ideia, a formação de um piloto de prova nos Estados
Unidos sai por US$ 1,5 milhão. Metade disto é o gasto para a formação de um
engenheiro de prova. “Poucos países do mundo têm essa capacidade. Formamos
pilotos e engenheiros de prova desde 1987”, disse o major Diogo Silva Castilho,
35 anos, piloto de prova do Ipev. Entre as missões realizadas pela equipe estão
os voos de calibração anemométrica, que começaram na última semana em São José.
Além dos militares da Aeronáutica, pilotos e engenheiros da Marinha e do
Exército também participam de treinamentos no Ipev. O curso de recebimento de
aeronaves, porém, é mais resumido, realizado em 4 meses.
Memória.
Acidente
demanda criação de equipe. A investigação do acidente com um helicóptero
protótipo Beija-Flor em 11 de julho de 1966 durante um teste resultou em
recomendações que impunham "a formação de uma equipe fixa para execução de
ensaios em voo, constituída por pilotos, engenheiros e instrumentadores”. A
partir daí começou a formação dos especialistas brasileiros.
Carcaça
do Xavante é usada para testes. Mesmo depois de aposentado, o Xavante ainda tem
serventia para a realização de testes no Ipev em São José. Carcaças das
aeronaves são empregadas para ensaios em solo, com testes com armamento, por
exemplo. O Ipev mantém três carcaças de Xavantes. Foram fabricadas 182 unidades
deste avião pela Embraer, das quais 166 para a FAB.
Projeto
FX-2
Acordo
deve ter início no 2º trimestre. Na publicação dos resultados de janeiro a
março de 2015, a empresa de defesa e segurança Saab informou que aguarda para o
segundo trimestre do ano o início do acordo firmado com o governo brasileiro,
pelo qual serão produzidas 36 unidades do Gripen NG para a FAB. O contrato,
assinado em outubro passado, foi fechado por US$ 5,4 bilhões.
Fonte: Revista
AeroLatina
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