O
presidente da Gol, Paulo Kakinoff, disse nesta terça-feira (20) que a
empresa ainda não decidiu se vai elevar o preço das passagens para cobrir o
aumento dos custos devido à alta do dólar nas últimas semanas. De acordo com
ele, o reajuste das tarifas vai depender do patamar em que a moeda
norte-americana se estabilizar.
“A
gente ainda não sabe [se vai elevar os preços de passagens para compensar a
alta do dólar]. Depende do nível de estabilização do câmbio”, disse Kakinoff,
em Brasília, depois de participar do evento do setor aéreo Aviation Day.
Na
manhã desta terça, representantes das quatro maiores empresas aéreas do Brasil,
TAM, Gol, Azul e Avianca, apresentaram ao governo federal uma série de medidas
a serem adotadas de maneira “urgente” para reduzir o custo de suas operações no
país e, com isso, evitar o aumento das passagens aéreas nos próximos meses.
As
propostas foram apresentadas ao ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Moreira
Franco. O pedido de ajuda foi motivado principalmente pela alta no preço do
querosene e pela subida do dólar nas últimas semanas, que elevou muito o custo
das empresas – entre 55% e 57% das despesas das aéreas são dolarizadas.
Segundo
o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas (Fipe), que mede a variação de preços na capital paulista, só no mês
de julho as passagens aéreas registraram alta de 8,53% ante junho. No acumulado
dos 7 primeiros meses do ano, entretanto, os preços reucaram 6,72% na
comparação com o mesmo período de 2012. No acumulado dos últimos 12 meses, as
passagens subiram 16,11%.
Entre
os pedidos feitos está a adoção de uma nova fórmula para estabelecer o preço no
Brasil do QAV, o querosene usado nos aviões. As empresas aéreas defendem que a
despesa das empresas com o combustível caia dos atuais 41% para o patamar
internacional de 33%.
Outro
pedido é que o governo isente, por um período de até 240 dias, as empresas do
pagamento de duas tarifas, de navegação aérea e de aproximação. Segundo a
Abear, associação que representa as aéreas, só essa medida levaria a uma
redução de 6% no custo da operação das empresas.
Avianca
O
presidente a Avianca, José Efromovich, disse que a empresa vai fazer uma
reunião na próxima terça-feira (27) para discutir o impacto da alta do dólar
nas contas da empresa. De acordo com ele, o aumento das passagens será a última
opção da empresa.
"Essa
próxima semana é o momento de a gente decidir o que vai fazer. Hedge é uma das
alternativas”, disse ele, se referindo à operação financeira adotada por
empresas com o objetivo de se proteger da alta do dólar.
Fonte:
G1
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